Viva 2016!

Essa semana eu vou lhes apresentar um amigo meu. Seu nome é Ted e ele não existe. Não, não é um amigo imaginário... E eu também não estou usando drogas...
O Ted é o que alguns poetas mais antigos gostavam de chamar de alter-ego, mas eu não sou e nem quero ser um poeta. Então, fica resolvido que Ted é apenas um amigo meu.
Ele tem uma característica muito desejada por alguns veículos de comunicação: ele é cego. Não no sentido de não poder enxergar, mas no sentido de apenas enxergar o que lhe é mostrado. E isso faz com que o Ted seja altamente sugestionável e simplório...
Agora, vou deixar o Ted contar sobre sua semana:

"Oi todo mundo, meu nome é Ted.
Primeiramente, gostaria de dizer que é uma honra estar na internet! É muito chique!
Bom, nessa semana, como todo mundo, eu ainda estou comemorando a vitória do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016. Eu estou tão ansioso!
Eu vi no Globo Esporte que 2016 vai ser o primeiro ano que o Brasil vai ter participação em todas as modalidades, pois o país sede tem passaporte garantido em todos os esportes! Ainda bem que a Globo vai transmitir tudo, pois ela é uma emissora de alta qualidade e totalmente imparcial.
Mas além de TV, aqui em casa nós temos um jornal: O Estado de S. Paulo. Eu gosto muito das reportagens dele, principalmente dos cadernos de Esporte, Tecnologia (às segundas), TV (aos domingos) e das tirinhas. Eu só não gosto das imagen que eles publicam de vez em quando... Essa semana por exemplo eles tem publicado muita coisa sobre o Rio de Janeiro.
Na quarta-feira eu fui pegar o caderno de Esportes e vi na capa a foto que quase acabou com meu dia:


Pra quê eu iria querer ver um morto num carrinho de supermercado em uma favela do Rio? Nem vi a reportagem pra não acabar com o meu ânimo. O que me importava mesmo é se o Palmeiras ia perder de novo!
No dia seguinte, nova imagem chata:
O quê que eu tenho a ver com uma menina que chora num bar? Mas que chatisse! O Palmeiras que perdeu nem foi citado!
Acho que nem preciso falar de sexta... Todo mundo sabe dessa história dos PM's cariocas qua não ajudaram o cara o Afroreggae.
Isso só pode ser inveja! Todo mundo sabe que paulista odeia carioca como brasileiro odeia argentino, isso é fato!
Pelo menos a Veja lembrou bem do Rio em sua capa, publicando uma contagem regressiva para as olimpíadas (canto superior esquerdo):




























É isso aí! Ainda bem que existe gente sensata no mundo! Gente como o pessoal da Globo, que não questiona o fato das Olimpíadas serem no Rio. Quem dera fossem todos assim...
Bom, vou embora então. Quem sabe eu não apareço outra vez por aqui!
Tchau pra todo mundo e VIVA 2016!!!"

Bem, como eu disse, o Ted é cego mesmo...
Algumas coisas que ele não viu: o fotógrafo das duas primeiras fotos do Estadão é o mesmo (Wilton Junior), a verdadeira intenção da Veja ao publicar o relojinho e a razão da emissora oficial das Olimpíadas de 2016 no Brasil não questionar o contexto de guerra em que se meteu a Cidade Perigosa Maravilhosa...

Quem quiser ler mais clique:
Reinaldo Azevedo (colunista da Veja, sobre Rio 2016)

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Como foi sua primeira vez?


Calma, calma...
Não é sobre isso que eu estou falando...

Essa semana eu vou falar mais sobre uma constatação do que sobre uma opinião pessoal.
O fato foi que eu terminei de ler hoje O Assassinato de Roger Ackroyd, da grande Agatha Christie. Como bem sabem os meus amigos, eu sou fão incondicional de suas histórias de detetives. Tanto que tento completar a minha coleção de 85 livros de sua autoria (até hoje já tenho 38...).
Mas voltando ao que interessa, esse livro que eu terminei hoje é considerado por muitos como o melhor dentre todos os outros de Agatha Christie. Eu realmente o achei muito bom, surpreendente, impressionante, e outros adjetivos semelhantes.
Porém, para chegar onde eu quero, devo contar como eu despertei minha paixão pelos livros de Agatha.

Tudo começou com um projeto de leitura do ensino fundamental. Eu fui obrigado a ler um livro e fazer uma resenha sobre ele, como atividade para nota. Então, minha mãe me indicou O Caso dos dez negrinhos, da Agatha Christie, para ler. Pensei comigo: vamos lá, não tenho nada a perder, né?!
E eu li. E eu não tenho palavras para descrever o quanto aquele livro me prendeu a atenção. Posso dizer que foi ele o responsável pelo meu gosto por livros. Não só os da Agatha Christie, mas pela leitura de modo geral. A partir daí, passei por George Orwell, Alan D. Foster, Edgar A. Poe, Fernando Pessoa, Stephen King, até voltar para Agatha.

Agora, voltando para o presente, depois de ter lido o melhor livro de Agatha Christie eu ainda fico a impressão de que o Caso dos dez Negrinhos foi o melhor livro que já li.
Isso talvez se deva ao fato de que tinha sido o primeiro livro do gênero que eu li.
Pesquisando um pouco, eu vi como o ser humano tende a gostar mais da estréia.
Quem nunca viu um filme no cinema e depois na TV e achou que no cinema ele era melhor?
Como um leigo no assunto eu diria que isso se deve ao sentimento que a pessoa se submete ao experimentar algo pela primeira vez. Junto com a coisa, nós provamos expectativas, ansiedades, surpresas, etc... E isso dá um saber inigualável àquilo.

Então, reflita um pouco e diga: como foi sua primeira vez?

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A faculdade da vida


É realmente de se espantar como somos cobrados hoje em dia.
O mercado de trabalho, por exemplo, exige cursos, especializações, conhecimentos, proatividade, etc...
Com isso, não é raro termos o pensamento de que alguém que não tenha cursado todos os níveis de ensino não seja sábio.
Quem conheceu seus avós sabe muito bem disso.
Vou dar o exemplo dos meus avós maternos: minha avó não cursou além do atual ensino fundamental e meu avô idem.
Minha avó começou a trabalhar muito cedo. Com isso, ela aprendeu muito sobre as tarefas domésticas em geral. Hoje em dia, qualquer coisa sobre costura que se quer saber, ela sabe; uma receita qualque que às vezes minha mãe não se lembra, ela sabe; uma planta boa para determinada doença, enjoo, mal estar, tontura, etc, ela sabe todas e ainda as tem plantadas no quintal de casa.
Meu avô foi maquinista, mas sempre trabalhou com marcenaria. Estando aposentado, ele tem mais tempo para a marcenaria e, dessa forma, ele constrói várias coisas, desde banquetas até marcadores de truco.
Pois é... Os avós são prova de como a vida pode nos ensinar muita coisa.


Outro exemplo de como se pode aprender com a vida são os índios.
Eles, a princípio, não gozam das facilidades das cidades, como restaurantes, supermercados, farmácias, casas, etc... Com isso, eles têm de aprender como sobreviver e se adaptar à sua realidade. E assim eles fizeram.
Hoje algumas tribos da Amazônia têm conhecimento de plantas e ervas cobiçadas pelas indústrias farmacêutica e cosmética.
Tendo em vista tudo isso, será que não vale a pena nós vivermos mais?
Ou melhor, não seria melhor se esquecêssemos um pouco do trabalho, faculdade, etc, para somente viver?
Quem sabe, a gente não ganharia mais ou aprenderia mais assim...
Aliás, nem sempre é preciso esquecer do resto para viver. Se assimilarmos os deveres à nossa vida, seremos mais sábios e até mais felizes, pois a cada segundo que vivemos nós podemos aprender coisas novas, isso é fato!

Esse post é também um apelo para que não esqueçamos que não somos máquinas de trabalhar ou de estudar. Nós pensamos. Nós aprendemos. Nós vivemos!
Então, façamos da nossa vida um aprendizado constante, para que simplesmente nos lembremos que estamos vivos!

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Vamos divagar!


Essa nossa vida é fogo... Cada dia mais corrida, não?!
Quase não tive tempo nem de postar no blog.
Mas promessa é dívida e, por isso, eu permaneço fiel ao sempre reticente...
Então, inspirado em mim mesmo, eu resolvi falar da pressa.

É quase que unânime hoje em dia que todos não tenhamos mais muito tempo livre para nos DESocupar.
Isso faz com que nós nos tornemos um tanto quanto insensíveis diante de tantas coisas.
Então, eu faço um convite a todos os apressados a irem divagar um pouco.
Não, eu não errei ao digitar "divagar" ao invés de "devagar". O que eu estou falando é de divagação, mas serviu como trocadilho...

Eu, particularmente, sou muito devagar e, talvez consequentemente, muito divagador.
Esses dias, eu fiquei encarando uma folha de uma árvore qualquer.
Ela estava no chão, mas percebi que caíra recentemente.
Fiquei olhando-a, vi as "veias", a textura, a cor, ... Que perfeição!
Fiquei pensando que um dia aquela folha foi uma semente, uma coisa insignificante, mínima.
Nisso, eu pecebi o quão bela é a natureza. Por mais que saibamos de todos os processos bioquímicos que ocorrem na transformação de semente em árvore, e depois do "surgimento" de folhas, flores e frutos, podemos ver numa simples e frágil folha toda a perfeição do mundo.

Pois é, a natureza pode ser uma fonte inesgotável de reflexões.
Quando foi, por exemplo, a última vez que você admirou um céu estrelado? (Eu sei que às vezes a poluição nos impede, mas sempre há uma noite em que isso é possível)
Um céu estrelado me faz pensar o quanto nós somos pequenos diante de tudo o que existe. Me faz pensar o quanto somos audaciosos em dizer que conhecemos muito sobre o mundo e a vida, enquanto, na verdade, o que conhecemos é uma pequenina parte do que há para se saber. Me faz pensar que tudo é perfeito demais para ter sido apenas obra do acaso...

Porém, a pressa pode nos deixar insensíveis à tudo isso.
Dessa forma, nós perdemos muito em matéria de aprendizado.
Divagar não exige esforço e pode ser até uma forma de esquecer um pouco as complicações da vida.
Então, vamos divagar!

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