Qual é o seu costume?
Qual a primeira coisa em que você pensou? Aposto que foi algo como "coitadas das galinhas", "que povo louco", ou coisas do gênero, não é?!
Pois é... Foi isso que eu pensei também.
Matar para ser perdoado... Não é estranho mesmo?
A resposta é: depende de onde está sua cabeça. Se ela está no Ocidente, provavelmente sua resposta será sim. Se ela está no Oriente, provavelmente sua resposta será não.
A recém acabada novela Caminho das Índias "serviu" para isso. Vimos vários costumes estrangeiros estranhos para nós, como aquela história do casamento, do respeito, etc...
Eu não sou de assistir novela, mas quem assistiu pôde ver que o núcleo brasileiro estranhava os costumes indianos e vice versa.
Então, ponto positivo para a novela por proporcionar aos telespectadores refletir sobre isso (apesar de que acredito que 99,99% dos que a viram não o fizeram...)
Porém, ponto negativo por deixar subentendido que os costumes diferentes dos nossos são errados, visto que no final da novela os costumes indianos são pisoteados pelo bem do final feliz.
É natural da mente humana generalizar, comparar com o que se conhece, adotar padrões, e, dessa forma, discriminar.
Ainda mais quando tratamos de casos como o do começo, ou, um que tem gerado polêmica há muito tempo, o batismo árabe.
Jogar bebês do alto, apenas para cumprir um ritual?! E se der errado? Isso deveria ser impedido!
Não... Isso faz parte da cultura deles.
Alguém já parou pra pensar o que eles devem achar dos biquínis, do "jeitinho", do carnaval à la "Globeleza"? Talvez o mesmo que nós pensamos de seus costumes.
Então, antes de atacar e julgar, devemos nos despir de nossos conhecimentos e preconceitos e pensar que aquilo pode ser parte de uma cultura que foi "imposta" a eles (passada de pai para filho por exemplo).
Por isso, temos que tomar muito cuidado para não cairmos no preconceito de achar que o diferente é necessariamente errado. Continuar lendo >>
Selo "Informação de Qualidade"
Mais selo!
Dessa vez veio do Fatos Matemáticos, do Prof. Paulo Sérgio.
Ele indicou o post Quem rouba se rouba! para recebê-lo. Muito obrigado!
Às regras:
O blog que receber deverá postar com sua origem devidamente identificada, o premiado deverá indicar 4 blogs e assinalar a postagem que recebeu o selo, lembre-se o prêmio é pela postagem e não pelo blog, marque o blog e a postagem logo a seguir.
Indicados:
Banca do Zé por Entenda os paraísos fiscais
Coerência Mental por Independência.
Blog da Mary por Conheça os dez carros menos poluentes
Mundo das Idéias por #forasarney
Esses merecem!
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Envelhecer: um desafio
A primeira delas foi o de uma velhinha saindo de sua casa acompanhada de uma mulher mais jovem.
Porém, a saída da casa para a rua é uma rampa, o que causou relativa dificuldade para a idosa em sair de sua casa. Ela ainda tinha algum problema nas costas, pois caminhava muito curvada para frente.
No entanto, nisso tudo o que mais me despertou interesse e me pôs a pensar foi o fato de ela, ao sair para a rua, com toda a dificuldade, se abaixou para pegar um mísero graveto, com o intuito de limpar a frente de sua casa.
A outra cena foi a de duas idosas caminhando na calçada de braços dados. Elas não deviam ter mais de 1,60 m de altura, de modo que facilmente passam despercibidas aos olhares apressados e desatentos.
Caminhando a passos curtos, uma sustentava a outra. Porém, a impressão que eu tive é que qualquer ventinho seria capaz de fazê-las caírem.
O tempo pode ser muito mais cruel do que nós supomos.
Ao chegar a uma certa idade, o ser humano passa a perder força muscular, perder massa óssea, ficar mais suscetível a quedas, ficar doente com mais facilidade, etc...
É por isso que eu me surpreendi com aquela primeira cena, pois a dificuldade para se fazer uma coisa trivial, como sair de casa, pode ser extremamente grande depois de certa idade.
E o fato dessa velhinha, dificultosamente, se abaixar para tirar um gravetinho da frente da sua casa representa o esforço que os idosos, muitas vezes, têm de fazer para serem úteis de alguma forma.
Além de conviverem com diversas limitações físicas e mentais e se esforçarem para demonstrar utilidade, muitos idosos ainda tem de conviver com o desamparo familiar e falta de atenção por parte da sociedade.
Talvez seja o caso da segunda cena. A impressão que eu tive foi a de que aquelas idosas só tinham a si mesmas para se apoiar, sendo a sociedade indiferente a elas.
Por tudo isso, eu acredito que não deve ser nada fácil ser idoso.
O mínimo, então, que poderíamos fazer é prestar mais atenção aos velhinhos, ouví-los, ajudá-los, ser mais solidários com quem já viveu tanto e, por isso, tem muito a nos ensinar.
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Quem rouba se rouba!
No estado de São Paulo, no primeiro semestre de 2009, foram registrados 130 mil casos de roubo, segundo o jornal O Estado de SP. Se fizermos as contas, veremos que isso dá mais de 722 roubos por dia, ou 30 por hora! No estado do Rio, ocorre um assalto a cada quatro minutos, segundo o site youPode.
Eu, até hoje, nunca fui assaltado, ainda bem. Quer dizer, sem contar pelos políticos, mas isso é outra coisa...
No entanto, eu imagino a raiva que o assaltado fica do assltante. A pessoa trabalha durante vários meses, até anos, para poder comprar algo com o que sonha e, quando consegue, chega um bandidinho qualquer com um canivete e leva aquilo. Não há outra palavra senão revoltante para descrever o que a pessoa deve sentir...
Eu fico me perguntando: Será que essas pessoas que empregam tempo e esforços em roubar pensam no que estão fazendo para os outros e também para si mesmo?
Eu acredito que não. Pelo menos no momento do delito... Esses pensamentos só devem surgir quando (e se) ele for preso.
Se antes de tomar a decisão de roubar o ladrão parasse um pouco para pensar, talvez desistisse dessa covardia.
Roubar é, antes de mais nada, um atestado de incompetência que o ladrão assina.
Quando toma posse de algo, que outros suaram para obter, ele diz que não foi capaz de conseguir pelos mesmos meios que o dono original. Ou seja, o ladrão é um ser incapaz de trabalhar e conseguir dinheiro para comprar o que deseja.
Eu sei que muitos ladrões por aí só o são porque não tiveram boas oportunidades em suas vidas, muitas vezes devido às condições sociais e econômicas. Mas mesmo assim, não creio em "roubo perdoável" ou "roubo justificável".
Não são raros os casos de pessoas que não tinham nada e, apenas porque correram atrás de um futuro melhor, mudaram o rumo de suas vidas, tornando-se felizes e realizadas sem apelar para desonestidades.
Um exemplo é o rapper MV Bill, nascido na Cidade de Deus (RJ), famosa pela violência graças ao filme homônimo. Apesar disso, ele não aderiu ao crime. Pelo contrário MV Bill é um dos fundadores da CUFA (central Única das Favelas), responsável por diversas atividades sócio-educativas, dentre elas, o basquete de rua. Além disso, as letras do rapper dedicam-se, principalmente, à denúncia social.
Ou seja, se MV Bill pode, porque outros também não podem.
Dessa forma, se os ladrões pensassem nisso tudo, com certeza eles não seriam ladrões.
Eles veriam que, roubando, eles roubam de si mesmos tempo e energia que poderiam ser usadas para dar início à alguma atividade mais correta e, quem sabe, até mais lucrativa que o assalto. Continuar lendo >>
Funk: amar ou odiar?
Em homenagem ao gosto musical de alguns amigos meus (né Daniel?!) resolvi falar sobre o funk.
Eu, particularmente, não gosto desse estilo musical. Talvez seja pela falta de originalidade das letras, pelo ritmo, pelo assassínato que promovem à Lingua Portuguesa, etc...
Um exemplo? Claro que temos! Porém, sugiro que dêem uma olhada na letra primeiro (não digam que eu não avisei...).
Aí está:
Enfim, funk pra mim não serve como música. Pelo menos para ser ouvida...
No entanto, esse estilo musical pode ser visto, e até admirado através de outros ângulos.
Primeiramente, quem, na maioria das vezes, são os autores dos funks no Brasil?
Uma pergunta fácil de responder: moradores das favelas, periferias e similares, tornando-se um estilo musical tão ou mais popular que samba, pagode e afins.
Assim, as letras passaram a tratar de temas como violência, polícia, drogas, etc., pois era isso que fazia parte do cotidiano dos autores.
Vejamos um exemplo de um funk "do bem":
Segue a letra.
Podemos perceber o quão diferente é esse do primeiro.
Enquanto o enfoque de um é a sensualidade/erotismo o do outro é a sociedade.
Como diz na própria letra, os favelados são marginalizados, tidos como bandidos.
Então, o funk pode não ser tão superficial e chulo quanto algumas músicas nos forçam a tirar essa conclusão. Ele é um estilo musical de denúncia social, e isso deve ser levado em conta antes de atacá-lo e reduzí-lo a lixo.
Mas voltemos à pergunta: amar ou odiar o funk?
Bom, eu acho que respeitar já é suficiente...