Essa semana eu presenciei duas cenas que me estimularam a postar sobre os idosos.
A primeira delas foi o de uma velhinha saindo de sua casa acompanhada de uma mulher mais jovem.
Porém, a saída da casa para a rua é uma rampa, o que causou relativa dificuldade para a idosa em sair de sua casa. Ela ainda tinha algum problema nas costas, pois caminhava muito curvada para frente.
No entanto, nisso tudo o que mais me despertou interesse e me pôs a pensar foi o fato de ela, ao sair para a rua, com toda a dificuldade, se abaixou para pegar um mísero graveto, com o intuito de limpar a frente de sua casa.
A outra cena foi a de duas idosas caminhando na calçada de braços dados. Elas não deviam ter mais de 1,60 m de altura, de modo que facilmente passam despercibidas aos olhares apressados e desatentos.
Caminhando a passos curtos, uma sustentava a outra. Porém, a impressão que eu tive é que qualquer ventinho seria capaz de fazê-las caírem.
O tempo pode ser muito mais cruel do que nós supomos.
Ao chegar a uma certa idade, o ser humano passa a perder força muscular, perder massa óssea, ficar mais suscetível a quedas, ficar doente com mais facilidade, etc...
É por isso que eu me surpreendi com aquela primeira cena, pois a dificuldade para se fazer uma coisa trivial, como sair de casa, pode ser extremamente grande depois de certa idade.
E o fato dessa velhinha, dificultosamente, se abaixar para tirar um gravetinho da frente da sua casa representa o esforço que os idosos, muitas vezes, têm de fazer para serem úteis de alguma forma.
Além de conviverem com diversas limitações físicas e mentais e se esforçarem para demonstrar utilidade, muitos idosos ainda tem de conviver com o desamparo familiar e falta de atenção por parte da sociedade.
Talvez seja o caso da segunda cena. A impressão que eu tive foi a de que aquelas idosas só tinham a si mesmas para se apoiar, sendo a sociedade indiferente a elas.
Por tudo isso, eu acredito que não deve ser nada fácil ser idoso.
O mínimo, então, que poderíamos fazer é prestar mais atenção aos velhinhos, ouví-los, ajudá-los, ser mais solidários com quem já viveu tanto e, por isso, tem muito a nos ensinar.
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