Pequeno Diário do Náufrago




Como quase todo mundo nas férias, fui viajar.
Não poderia chamar realmente de viagem o que eu fui fazer com a família. Eu diria que foi mais um teste. Um teste de paciência!
Não, eu não sou um daqueles pessimistas que odeiam tudo e todos, mas dessa vez em especial pude perceber algo muito interessante.
Mas primeiro, vamos a um breve histórico:

Há trocentos anos atrás, minha família foi para Ubatuba num feriado qualquer.
Nós nos hospedamos em um condomínio todo verde chamado Winbledon.
Chegando lá, meus pais se encantaram. Tinha sido uma estada extremamente diferente de todas as que eles já tinham "enfrentado". Não fora pelo apartamento/caixa-de-fósforo, ou pelo jardim decrépito, mas sim pela facilidade de ir e voltar da praia, pois o Winbledon é desses de "pé na areia".
Deslumbrados, meus pais recomendaram aos meus tios.
No final das contas, todos eles haviam definido o Wimbledon como nova definição de paraíso.
A partir daí, toda vez que se falava em férias, feriado ou viajem, a primeira palavra que vinha às nossas mentes era Wimbledon.
No começo era até legal. Ir para o mesmo lugar, onde já estamos acostumados, já conhecemos e tals...
Porém, há algum tempo, tem se tornado um verdadeiro teste, como já disse.
Isso porquê (querendo ou não) tios, tias, primos, amigos dos primos e mais outros parentes se tornaram presença constante lá. Contando que nós só vamos para lá em tempo de cidade lotada, todos acabamos por ficar realmente ilhados no condomínio.
Enfim, a convivência se tornou MUITO frequente e por isso, EXTREMAMENTE cansativa!

Naquele condomínio verde e imutável nós experimentamos uma sensação comparável a um casamento forçado. Nós somos praticamente forçados a conviver 24 horas por dia com todos eles juntos.
Inevitavelmente, tomamos conhecimento das qualidades e, principalmente, dos defeitos de cada um.
E como eu não sou sociólogo, psicólogo nem masoquista, eu não tenho prazer em compartilhar com os defeitos de quem eu não desejei isso! Por isso o casamento é forçado!

Imagine conviver com, por exemplo, um tio escandaloso, uma cunhada folgada, um primo psicopata, ou qualquer tipo de parente desse tipo. (Qualquer semelhança com realidades quaisquer são meras coincidências!)
E por mais que isso te incomode, você tem que ficar quieto, inerte, em prol da "união familiar" de que tanto se fala por aí...

Enfim, esse é o teste de paciência: compactuar com o que te incomoda sem poder se manisfestar.
Como se não bastasse, a falta de internet decente (internet da Claro é uma merda porcaria!) nos deixa mais longe da "civilização" ainda.

Resumindo, é legal ter os parentes ou amigos por perto sim. Mas grudados a coisa é outra!
Eu não quero dizer que todos tem de ser perfeitos para poderem conviver comigo, mas se eu não tô casado com nenhum deles eu não sou obrigado a aturar calado o que me incomoda, não é?!
Por isso, sempre que vou viajar eu já levo uma mala de paciência extra na bagagem.
Mas, cá entre nós, minha vontade mesmo era de falar para cada um deles tudo que tenho em mente! Ainda estou avaliando os riscos...

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto de textos assim "reais" (rsrs), principalmente quando tem partes que me chamam a atenção como: "Imagine conviver com, por exemplo, um tio escandaloso, uma cunhada folgada, um primo psicopata, ou qualquer tipo de parente desse tipo."

Muito Bom menino mal...

Ana Miki disse...

rsrs... adorei o texto.. me diverti rindo...
concordo com a Kah ali em cima .. disse tudo... e eu ainda acrescento se quiser vamos marcar uma viajem só amigos (convidados a dedo) o q acha???? obs:olha eu me julgando boa companhia

Postar um comentário

Blog Widget by LinkWithin